Rico ou mendigo?


Rico ou Mendingo - Você pode Escolher!

O relato de Jesus sobre o rico e o mendigo (Luc. 16:19-31) tem sido usado para provar a imortalidade da alma, existência do inferno como local de juízo eterno e a comunicação com os mortos.


Qual foi a lição que Cristo pretendia ensinar com esta estória? Se você fosse abordado com esse texto, qual seria a sua resposta?

I. Primeiramente devemos considerar que o texto em lide é uma parábola, onde os fatos e idéias populares da época foram usados para ilustrar verdades bíblicas. Cristo ensinava por parábolas para facilitar a compreensão (Mc. 4:33) e a memorização (por exemplo: você consegue recitar a lista genealógica de Mateus? E a parábola do Filho pródigo?).

Devido à má intenção de alguns ouvintes (fariseus e escribas), Cristo usou esse método para alcançar os sinceros, impossibilitando àqueles de O perseguirem prejudicando a mensagem (Mc. 4:11 e 12).



As parábolas, como um método de ensino, já eram usadas no Antigo Testamento
(IISm. 12:1-13) e não eram interpretadas literalmente, pois as árvores não falam
(Jz. 9:8-20). Destarte, aceitar uma literalidade na parábola estudada seria crer
que da Cidade Santa nós veremos os ímpios queimando eternamente,[i] e poderíamos até conservar com eles (Lc. 16:23 e 24).

II - Outro ponto é que doutrinas não devem ser baseadas em parábolas, pois neste sentido, seria válido afirmar que metade dos crentes se salvarão e a outra metade não, segundo a parábola das Dez Virgens (Mt. 13:33).



Jesus se aproveitou de elementos conhecidos de Seu tempo, e nós temos que ter
isso em mente. Ele falava para uma classe nobre, os fariseus (Lc. 16:19), que
dominava a plebe (v. 20 e 21). Do mesmo modo que para nós alguns mitos são
comuns (mula-sem-cabeça, saci pererê), algumas crenças dos ouvintes serviram de
ilustração. Uma delas é o “hades” (inferno, v. 23), que acreditavam ser um lugar
divido em dois compartimentos, um para os justos e outro de tormento para os
ímpios. Neste lugar, mesmo separados, eles conversavam entre si.[ii]

Outra crença está baseada no termo hebraico transliterado para o grego “geena”.

Esta palavra veio do vocábulo “Vale de Hinon”, um lugar onde era oferecido sacrifícios humanos a deuses estranhos (IICr. 28:3). Depois disso, o vale se tornou um depósito de lixo, a sudeste de Jerusalém.

Ali o fogo ardia constantemente, não só com detritos, mas também com cadáveres de indigentes e criminosos.[iii] Neste ínterim, quando Cristo descreve o tormento do rico, os ouvintes logo captaram a mensagem que Ele queria transmitir (Lc. 16:23).

III. Com estas considerações, estamos aptos a compreender as lições contidas na parábola. Sabemos que os ímpios serão queimados (v. 24), e é relevante notar que cada um deles sofrerá à proporção de seus pecados (Mt. 16:28; Ap. 20:12): “alguns são destruídos em um momento, enquanto outros sofrem muitos dias”[iv].

A segunda lição é que a sorte final dos justos será diferente, eles serão recompensados (v.25). Aprendemos também que depois da morte não é possível mudar essa condição (v. 26).

Outra lição é mostrar a Bíblia como a única guia neste mundo, não sendo ela suplantada nem por uma possível comunicação com os mortos, ou até mesmo uma ressurreição especial (vs. 27 a 31).

Cristo queria ensinar que nós temos uma oportunidade de escolha, e ela deve ser feita em vida, seguindo o testemunho das escrituras. O objetivo não era relatar o que acontece após a morte, mas enfatizar a seriedade da vida;[v] este era o desafio proposto aos ouvintes.[vi]

Um dia a porta da graça da vida de cada um nós se fechará. Escreveu Ellen G. White: “é agora evidente a todos que o salário do pecado não é a nobre independência e vida eterna, mas a escuridão, ruína e morte. Os ímpios vêem o que perderam em virtude de sua vida de rebeldia”[vii].

O que você deseja ser: rico, gozando a eternidade com Deus; ou mendigo, destruído para sempre? A escolha é sua.
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